A natureza cura

Jornada 2020 / 2021

Nesta edição do Jornada buscamos a companhia do público mesmo que a distância. Foi um chamado especial para viver novas imersões relacionadas à cultura, saúde e natureza. Um novo chamado para ressignificar nossas vidas.

Essa (re)conexão chegou em um momento de mudanças que remexeram as nossas estruturas pessoais, de vida e rotina. Sim, nós sabemos dos dias assustados, incertos que vivemos durante a adaptação que nos ensinaram a conviver com um medo invisível. Ficamos longe por muito tempo dos nossos espaços de conexão social, cultural e ambiental. A saúde esteve e ainda está todo o tempo como principal cuidado.

Perdemos vidas aos milhares no mundo e cada um de nós tem uma história próxima de perda para contar. Nos afastamos do modo cultural agregador de reunir pessoas. O abraço, o teatro, o beijo, a roda de música, a casa cheia, o show, o aperto de mão e até nosso sorriso se escondeu na máscara para afastar o contágio. Para muitas pessoas esse “novo normal” desequilibrou a saúde mental e a condição financeira em muitos lares.

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A queda do céu

Nesse contexto desafiador da pandemia, muitas pessoas se (re)descobriram, pausaram suas vidas e ainda (re)encontraram suas próprias naturezas, descobrindo positividade em um novo gosto. Você já descobriu o que te faz bem? Cuidar de plantas, mudar de profissão, escutar música, escrever, aprender a tocar um instrumento podem curar a sua natureza. Podemos nos questionar e construir um olhar de refino para o que nos faz bem!

O Jornada 2020/2021, refletindo sobres os desafios contemporâneos, trouxe como tema “A natureza cura”. Quando falamos que a natureza cura pensamos no aprendizado permanente que ressignifica nossa passagem pela Terra. Somos parte de uma teia. Além do vírus que contamina pessoas, as queimadas matam ferozmente a biodiversidade das florestas. Há um desequilíbrio latente na saúde da Terra. Muitas vezes é o ser humano quem adoece a sua própria natureza, ameaça a vida no planeta sem guardar as gerações futuras. Somos também cura, por sermos natureza, mas insistimos em adoecer e quebrar as conexões vitais dessa teia. A cultura índigena Yanomami observou esse momento como “a queda do céu”, uma metáfora sobre o resultado de décadas autodestrutivas que podem levar ao completo extermínio da vida humana na Terra. Os Yanomamis acreditam que a conexão dos xamãs com os espíritos da floresta impede a queda do céu, por exercerem um trabalho funcional de organização estrutural da floresta e da vida em geral.

Nós do Jornada comungamos com o sentimento de que os espíritos da floresta são os grandes guardiões da saúde da Terra. Inspirados nessa cosmovisão, criamos personagens que guardam a natureza do Parque das Dunas. Você já teve a oportunidade de conhecer o maior parque urbano sobre dunas do Brasil? O Parque das Dunas, localizado em Natal, é a primeira unidade de conservação do Rio Grande do Norte. Txai, Uru, Ollín e Fulô são personagens que sincronizam o tempo da floresta com o relógio humano. Temos muito o que aprender com esses seres que estão presentes nessa Jornada.

Jornada de Inspirações

Durante a pandemia mundial o Parque das Dunas abriu com limitações para a realização de algumas atividades. Mas, aqueles que não puderam vivenciar os espaços de natureza com família e amigos, tiveram a oportunidade de baixar o game “Jornada no Bosque”, conferir a exposição “Cartas Cristais” e ter uma experiência de renascimento na Casa Mãe Terra.

Queríamos estar mais próximos fisicamente de você, mas diante do cenário no qual nos encontrávamos, pensamos em uma programação virtual voltada para experiências que possam levar saúde, cultura e natureza até sua casa. No Jornada 2020/2021 “A natureza cura” convidamos a todos para uma experiência através de filtros do instagram com lives e webnários com artistas e pensadores que dialogam com os temas centrais do programa. Também levamos processos criativos de artistas potiguares por meio do ManiFesta, além do lançamento da loja virtual, com produtos do Jornada.

O Programa Jornada foi aprovado pela Lei de Incentivo Djalma Maranhão, conta com o incentivo da Unimed Natal e o apoio do Governo do Rio Grande Norte, do Idema, do Parque das Dunas e do Sebrae RN.